Nascer no Brasil 2 Em 2020 iniciamos um novo inquérito sobre a assistência pré-natal, perdas fetais precoces, parto e nascimento. O estudo vai abranger uma amostra de 25.500 mulheres, distribuídas em 465 hospitais em todo todo Brasil.

Nossos projetos

A atenção pré-natal no Brasil

A atenção pré-natal de qualidade é fundamental para a saúde materna e do recém-nascido

No Brasil, a cobertura crescente da assistência pré-natal é observada desde 1990, alcançando valores superiores a 90% em todas as regiões do país. Entretanto, muitas gestantes ainda encontram dificuldades para realizar o mínimo de consultas recomendadas pelo Ministério da Saúde, principalmente nas regiões Norte e Nordeste.

Além da realização de no mínimo 8 consultas, o início precoce da assistência pré-natal (antes da 12ª semana gestacional), também é recomendado pelo Ministério da Saúde. O estudo Nascer no Brasil identificou que esse é o componente da assistência pré-natal de menor adequação, com 46% das mulheres iniciado o pré-natal tardiamente.

Foi baixa a proporção de gestantes vinculadas a uma maternidade para internação para o parto. Menos de 60% das mulheres disseram ter sido orientadas sobre a maternidade de referência, contrariando a Lei n. 11.634/2007, que determina que toda gestante tem o direito de conhecer e vincular-se à maternidade onde receberá atenção ao parto no SUS. 

Um dos objetivos da vinculação da gestante à maternidade de referência é a redução da peregrinação das mulheres no momento da admissão para o parto. No estudo Nascer no Brasil, a peregrinação foi referida por 16,2% das mulheres.

A peregrinação para admissão

A peregrinação para admissão durante o trabalho de parto, aumenta os riscos de complicação para a mulher e o bebê

Riscos da peregrinação durante o trabalho de parto*

23%

a mais de chance de realizar uma cesariana não programada

62%

a mais de chance do bebê nascer prematuro

56%

a mais de chance do bebê nascer com baixo peso

56%

a mais de chance do bebê com Apgar baixo

48%

a mais de chance do bebê nascer com problemas de saúde

*Dados referentes ao partos em maternidades do SUS.


Fontes:

Domingues, Rosa Maria Soares Madeira, Viellas, Elaine, Dias, Marcos Augusto Bastos, Torres JA, Theme-Filha, Mariza Miranda, Gama, Silvana Granado Nogueira. (2015)
Adequação da assistência pré-natal segundo as características maternas no Brasil. Rev Panam Salud Publica. 2015;37(3):140–7.

Ministério da Saúde. Pré-natal e puerpério: atenção qualificada e humanizada. Manual Técnico. Brasília: Ministério da Saúde; 2006. (Série A. Normas e Manuais Técnicos; Série Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos – Caderno 5).

Ministério da Saúde. Portaria 1459/2011. Rede Cegonha. Disponível em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt1459_24_06_2011.html. Acessado em abril de 2015.  

Viellas, Elaine Fernandes, Domingues, Rosa Maria Soares Madeira, Dias, Marcos Augusto Bastos, Gama, Silvana Granado Nogueira da, Theme Filha, Mariza Miranda, Costa, Janaina Viana da, Bastos, Maria Helena, & Leal, Maria do Carmo. (2014)
Assistência pré-natal no BrasilCadernos de Saúde Pública, 30(Suppl. 1), S85-S100. https://dx.doi.org/10.1590/0102-311X00126013

 

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